Mas por aqui o cenário é diferente. Apenas 1,9% da população doa sangue anualmente, segundo dados da Fundação Pró-Sangue, o maior hemocentro da América Latina, ligado à Secretaria de Estado da Saúde e ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A opinião corrente é que o problema tenha origem cultural. Especialistas que defendem essa teoria sustentam que, ao contrário da Europa, o território brasileiro nunca foi atingido por guerras avassaladoras. Por esse motivo, nossa nação não teria desenvolvido o hábito de doar. Para reverter o quadro, então, o primeiro passo é entender o que está por trás de todo o processo de transfusão.
No Brasil, é possível doar de quatro formas: voluntária, vinculada - também chamada de reposição -, específica e autotransfusão. Na primeira, o indivíduo contribui com os bancos de sangue. No segundo caso, o doador tem a intenção de repor a quantidade de líquido vermelho utilizada no tratamento de um conhecido. Na categoria específica, a bolsa é destinada a um determinado paciente. Por fim, a autotransfusão permite que a pessoa reserve seu sangue para, mais tarde, ela mesma utilizá-lo.