Se você tivesse que se mudar levando poucos objetos de estimação, quais escolheria? Parece mais um daqueles testes de revista, mas a questão pegou em cheio a jornalista paulistana Christina Campos. Contratos assinados para ela e o marido, também jornalista, trabalharem no Japão, Chris soube que moraria em um apartamento da empresa. "Não tinha idéia de como seria, nem sequer do seu tamanho", lembra-se a moça, cuja paixão pelos assuntos domésticos gerou ate um site e o livro homônimo, editado pela Record.
Diante do dilema, não teve dúvida: encaixotou peças que eram a síntese de um lar — melhor, do seu lar. Levou porta-retratos, um sino de vento, miniaturas de plástico, livros e muitos paninhos de crochê. "Com aquilo ao meu redor não me sentiria em um hotel." Para Chris lar é isto: um lugar que traduz a personalidade, os sentimentos e as memórias de quem vive ali. "Nada a ver com dinheiro ou moda", resume. "Até mesmo quem não curte decoração se sente em um lar quando tem por perto a foto de alguém querido, uma lembrança de viagem", exemplifica.
A idéia de que uma casa em que a gente realmente se sinta bem pressupõe um mínimo de personalização é partilhada por gente dos mais diferentes hábitos e histórias de vida. A assessora de imprensa Deni Bloch é um tipo quase nômade. Em quatro décadas de vida morou em mais de uma dezena de endereços. Em todos eles imprimiu toques pessoais: "Troquei até a decoração de um flat".
A artista plástica Maria Inês Chiavone é o oposto de Deni. Aos 50 anos, ainda mora no lugar onde nasceu — só que o sobrado de vila pouco lembra o imóvel da infância. "Desde que me casei, há 25 anos, mudei tanto a decoração que até me esqueço de que sempre vivi aqui. A casa ficou com a minha cara, não com a dos meus pais."