Essa palavra indica que um tecido do corpo morreu por falta de oxigênio e nutrientes. Quando isso acontece no músculo do coração, tem-se o infarto do miocárdio. Uma artéria deixa de irrigar um pedaço do órgão, que entra em sofrimento. Se a obstrução do vaso é parcial, o indivíduo tende a sentir dor no peito - a angina. Com o entupimento completo, é infarto na certa. A gravidade do quadro depende de quanto o músculo foi afetado. Daí a urgência de correr para o hospital diante de sintomas como desconforto no peito que irradia para o braço esquerdo, pescoço e costas, suor frio e desmaio. Mas até dores na boca do estômago e na mandíbula podem ser reflexo da ameaça.
Mais mulheres infartadas
A Sociedade Brasileira de Cardiologia acaba de soltar o alerta: cada vez mais mulheres infartam. E, se o cenário continuar assim, a ocorrência nelas vai superar o número entre os homens. Basta ver as estatísticas para ter uma noção do drama. Há 50 anos, se pegássemos dez mortes por ataque cardíaco, apenas uma mulher aparecia no cômputo. Hoje a proporção mudou: são seis homens para quatro mulheres. "Elas infartam cerca de dez anos mais tarde que eles e são pegas de surpresa porque ainda acreditam no mito de que o problema é exclusivo do sexo masculino", conta o cardiologista Otávio Gebara, autor do livro Coração de Mulher, publicado por SAÚDE. Essa ascensão que assusta tantos corações femininos é fruto da crescente inserção da mulher no mercado de trabalho e na adoção de hábitos nada saudáveis, como exageros no álcool e na comida, além do cigarro. O pior é que até a situação caótica nos vasos difere entre os gêneros. "As placas de gordura dos homens sofrem mais rupturas, enquanto nas mulheres se nota uma erosão", compara Gebara. "É por esse motivo que o quadro de sintomas aparece mais disfarçado nelas", completa. Não é à toa que os sinais clássicos, como dor no peito, são raramente flagrados nas portadoras de cromossomos XX, fazendo com que procurem o hospital tardiamente. Entre elas, o mal se manifesta em geral com falta de ar, desmaio, sensação de arritmia e pressão nas costas. "Cerca de um mês antes do infarto, as mulheres geralmente se sentem mais cansadas e com menos fôlego", diz Gebara.