Notícia fresquinha do 12º Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, que acontece de 13 a 16 de agosto em Foz do Iguaçu, no Paraná. A pesquisadora brasileira Livia Carvalho, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública daUniversity College London, na Inglaterra, acaba de apresentar evidências que colocam a já célebre dieta do Mediterrâneo — que inclui azeite de oliva, peixes, frutas, verduras e vinho tinto — como aliada contra a depressão e os danos fisiológicos desencadeados por ela.
Esse papel tão benéfico é justificado pelo poder de esse cardápio amenizar inflamações no corpo. Explicamos: os estudiosos observam, nos últimos anos, que o estado depressivo eleva a concentração de moléculas inflamatórias na corrente sanguínea. É justamente por isso que pessoas angustiadas correm maior risco de problemas cardiovasculares, por exemplo. Mais substâncias inflamatórias correndo pelo sangue significa maior probabilidade de formação de placas capazes de entupir artérias e provocar infartos e derrames.
Pois bem, acontece que surgem cada vez mais indícios de que essa via inflamatória funciona em mão dupla: o próprio estado perene de inflamação contribuiria para o surgimento e a permanência do quadro depressivo. Daí a importância de medidas no estilo de vida com potencial para regular a inflamação que toma conta do organismo.
É aí que entra a dieta do Mediterrâneo. O azeite, os vegetais e seus pescados contam com nutrientes que, juntos, ajudariam a minguar a quantidade de moléculas incendiárias circulantes. O peixe tem ômega-3, gordura de ação anti-inflamatória, e o azeite e as frutas são redutos de substâncias que enfrentam o estresse fisiológico que abre alas à inflamação.
O menu largamente difundido no mundo da nutrição ganha pontos, portanto, não apenas por resguardar o coração. Agora, segundo as informações apresentadas no congresso pela professora Livia, essa regulação inflamatória por meio da dieta dá provas de que auxilia a controlar (e até a prevenir) a depressão, distúrbio em ascensão que afeta milhões de brasileiros.
Fonte: saude.abril.com.br