Já faz tempo que as mulheres empurram para longe o rótulo de sexo frágil. Também não é de hoje que passam a ocupar mais espaço no mercado de trabalho. Mas um fenômeno é mais recente: elas estão se aventurando em esportes em que, antes, predominava o clube do Bolinha. Um exemplo é o futebol feminino em ascendência. Sim, elas agora calçam as chuteiras e partem para o ataque. Mas, entre um drible e um gol, fazem faltas contra os próprios joelhos articulações que, nelas, por uma série de fatores, têm características únicas. E que nos perdoem as feministas: graças a tais peculiaridades, sob esse ponto de vista as mulheres continuam a ser o sexo frágil.
Os joelhos femininos tendem a ser problemáticos por natureza, até porque costumam ser do tipo valgo, isto é, ligeiramente virados para dentro. Essa postura aumenta as chances de lesões como a condromalacia, um desgaste da cartilagem entre o fêmur, o osso da coxa, e a patela, antes conhecida como rótula. Na mulher, o problema é mais freqüente porque o joelho valgo força essa cartilagem, explica o ortopedista Gilberto Luis Camanho, especialista em cirurgia de joelho e professor da Universidade de São Paulo. O deslocamento da patela também persegue o sexo feminino afeta sete mulheres para cada homem. Tido como um mal genético, ele faz com que esse ossinho em forma de pirâmide tenha maior probabilidade de sofrer uma luxação.
Não podemos nos esquecer, ainda, dos hormônios. As mulheres têm mais um motivo para reclamar da famosa TPM. Nesse período, em que o corpo acumula água, o joelho, claro, não é exceção. Cheio de líquido, fica à mercê de contusões em qualquer impacto por exemplo, na hora de dar um salto. E nem quando a menstruação vai embora de vez os joelhos ficam em vantagem. Quase ao contrário. Na menopausa, cresce outro fator de risco: a osteoporose. E, com ela, aumenta a chance de uma fratura, completa Ricardo Cury, ortopedista e professor do Grupo de Cirurgia de Joelho e Trauma Esportivo da Santa Casa de São Paulo.
Isso tudo, porém, ainda não justifica o número cada vez mais alto de mulheres reclamando das dores na articulação. Quem tenta encontrar uma lógica é o médico Ari Zekcer, coordenador da equipe de ortopedia do Hospital São Luiz, em São Paulo, e especialista em medicina esportiva: As mulheres tiveram uma mudança de perfil esportivo. Antes, praticavam mais o handebol e no máximo o vôlei.Agora participam de modalidades de maior impacto futebol e corrida de aventura, por exemplo e, aliás, de maneira bem mais competitiva, analisa. Uma das estruturas que padecem nessas esportistas é o ligamento cruzado anterior, que serve de elo entre a tíbia e o fêmur. Há oito anos, 3% dos casos de problemas nesse ligamento diziam respeito às mulheres. Hoje elas já representam 10% dos pacientes, calcula Zekcer.
A saída para prevenir boa parte dos problemas é preparar o corpo especificamente a área do joelho antes de cair de cabeça em qualquer esporte. Não importa a modalidade, sempre é bom reforçar os membros inferiores praticando sessões de musculação intercaladas aos treinos, indica o fisioterapeuta Helder Montenegro, especialista em osteopatia. Claro que, para isso, é fundamental contar com um bom orientador.
Um aquecimento que simule os movimentos do esporte também é benéfico, deixando a articulação a postos. E, claro, os calçados podem fazer toda a diferença. Eles precisam de um bom sistema de amortecimento para absorver o impacto, minimizando o trabalho dos joelhos. O ideal é escolher um modelo específico para o esporte que será praticado. Isso evita pisadas erradas. Elas são capazes de castigar os tendões, ainda mais se houver exagero nos treinos, afirma Ricardo Cury. O professor Júlio Serrão, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, concorda: É comum a gente encontrar pessoas correndo até de sapatilhas. Elas não sabem o prejuízo que isso trará.
Quando as lesões aparecem, a saída pode ser o bisturi. E vamos logo avisar: o processo de recuperação é lento. Para ter uma idéia, são necessários seis meses até que alguém com o ligamento cruzado anterior rompido possa voltar a se exercitar sem problemas. Além do mais, uma contusão grave como essa pode indicar que a pessoa tem uma predisposição para o incidente. Paciência e fisioterapia, mais do que nunca, são fundamentais. Quem desiste e não se trata direito dificilmente volta aos esportes. E quem não pratica um esporte, por sua vez, pode ter dores de cabeça muito piores do que as dos problemas nos joelhos.
Os joelhos femininos tendem a ser problemáticos por natureza, até porque costumam ser do tipo valgo, isto é, ligeiramente virados para dentro. Essa postura aumenta as chances de lesões como a condromalacia, um desgaste da cartilagem entre o fêmur, o osso da coxa, e a patela, antes conhecida como rótula. Na mulher, o problema é mais freqüente porque o joelho valgo força essa cartilagem, explica o ortopedista Gilberto Luis Camanho, especialista em cirurgia de joelho e professor da Universidade de São Paulo. O deslocamento da patela também persegue o sexo feminino afeta sete mulheres para cada homem. Tido como um mal genético, ele faz com que esse ossinho em forma de pirâmide tenha maior probabilidade de sofrer uma luxação.
Não podemos nos esquecer, ainda, dos hormônios. As mulheres têm mais um motivo para reclamar da famosa TPM. Nesse período, em que o corpo acumula água, o joelho, claro, não é exceção. Cheio de líquido, fica à mercê de contusões em qualquer impacto por exemplo, na hora de dar um salto. E nem quando a menstruação vai embora de vez os joelhos ficam em vantagem. Quase ao contrário. Na menopausa, cresce outro fator de risco: a osteoporose. E, com ela, aumenta a chance de uma fratura, completa Ricardo Cury, ortopedista e professor do Grupo de Cirurgia de Joelho e Trauma Esportivo da Santa Casa de São Paulo.
Isso tudo, porém, ainda não justifica o número cada vez mais alto de mulheres reclamando das dores na articulação. Quem tenta encontrar uma lógica é o médico Ari Zekcer, coordenador da equipe de ortopedia do Hospital São Luiz, em São Paulo, e especialista em medicina esportiva: As mulheres tiveram uma mudança de perfil esportivo. Antes, praticavam mais o handebol e no máximo o vôlei.Agora participam de modalidades de maior impacto futebol e corrida de aventura, por exemplo e, aliás, de maneira bem mais competitiva, analisa. Uma das estruturas que padecem nessas esportistas é o ligamento cruzado anterior, que serve de elo entre a tíbia e o fêmur. Há oito anos, 3% dos casos de problemas nesse ligamento diziam respeito às mulheres. Hoje elas já representam 10% dos pacientes, calcula Zekcer.
A saída para prevenir boa parte dos problemas é preparar o corpo especificamente a área do joelho antes de cair de cabeça em qualquer esporte. Não importa a modalidade, sempre é bom reforçar os membros inferiores praticando sessões de musculação intercaladas aos treinos, indica o fisioterapeuta Helder Montenegro, especialista em osteopatia. Claro que, para isso, é fundamental contar com um bom orientador.
Um aquecimento que simule os movimentos do esporte também é benéfico, deixando a articulação a postos. E, claro, os calçados podem fazer toda a diferença. Eles precisam de um bom sistema de amortecimento para absorver o impacto, minimizando o trabalho dos joelhos. O ideal é escolher um modelo específico para o esporte que será praticado. Isso evita pisadas erradas. Elas são capazes de castigar os tendões, ainda mais se houver exagero nos treinos, afirma Ricardo Cury. O professor Júlio Serrão, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, concorda: É comum a gente encontrar pessoas correndo até de sapatilhas. Elas não sabem o prejuízo que isso trará.
Quando as lesões aparecem, a saída pode ser o bisturi. E vamos logo avisar: o processo de recuperação é lento. Para ter uma idéia, são necessários seis meses até que alguém com o ligamento cruzado anterior rompido possa voltar a se exercitar sem problemas. Além do mais, uma contusão grave como essa pode indicar que a pessoa tem uma predisposição para o incidente. Paciência e fisioterapia, mais do que nunca, são fundamentais. Quem desiste e não se trata direito dificilmente volta aos esportes. E quem não pratica um esporte, por sua vez, pode ter dores de cabeça muito piores do que as dos problemas nos joelhos.