"Questionar se essa alta é o motivo ou a conseqüência do problema soa como a pergunta sobre quem veio primeiro o ovo ou a galinha", completa. Pois é, ainda há muito o que descobrir a respeito da SOP. Mas a ciência desconfia que alterações genéticas estejam por trás dela. Uma delas seria responsável pela chamada resistência à insulina, hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue. Esse distúrbio, por sua vez, levaria a síndrome metabólica e um pacote de encrencas, comoobesidade, gordura abdominal, colesterol e triglicérides alterados, pressão alta e diabete, capazes de levar a doenças cardiovasculares.
"Queremos saber quais tratamentos ajudariam a evitar tanta complicação", diz a ginecologista Carolina Sales Vieira, uma das coordenadoras de um estudo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, que, durante um ano, vai avaliar 88 portadoras da SOP. Para o diagnóstico dessa síndrome os especialistas recorrem a um exame de ultra-som, além de levar em conta sintomas como irregularidade do ciclo menstrual e aparecimento de características masculinas.
"Só dá para afirmar que há SOP depois de dois anos da primeira menstruação, porque antes disso as conexões entre ovários e cérebro ainda não estão estabilizadas", explica Carolina. Nem todas as mulheres com ovários policísticos apresentam resistência à insulina, distúrbio que pode desencadear o diabete tipo 2 e levar ao entupimento de vasos sangüíneos.