Existem dois tipos: a bivalente, que só protege contra as variantes que causam o câncer, e a quadrivalente causadores das verrugas genitais. Embora as duas versões só devam entrar no calendário oficial de vacinação no ano que vem, elas já estão disponíveis em clínicas particulares — e para meninos e meninas, a despeito de a turma do sexo feminino ser o alvo preferencial do vírus. Ambas são aplicadas em três etapas, e têm eficácia comprovada por dez anos. A única contraindicação é a gravidez.
Uma questão ainda controversa diz respeito a quem deve ser vacinado. Uns defendem que o procedimento vale a pena só para jovens que não iniciaram a vida sexual. Outros alertam: ser sexualmente ativo não é sinônimo de ter sido contaminado, portanto deixar de receber a imunização seria uma roubada.
“A vacinação é sempre recomendada, até para quem já foi contaminado por um tipo, lembrando que o corpo não fica imune para sempre após esse contato, como acontece com o vírus do sarampo”, argumenta o ginecologista José Focchi, professor da Unifesp e consultor do laboratório SalomãoZoppi, na capital paulista. “Os riscos de ser reinfectado são enormes”, acrescenta. O fato é que a vacina não mata o HPV já instalado. Em 90% das vezes, o próprio organismo se encarrega de eliminar o agente infeccioso — o problema é que isso pode levar muitos anos.
Alerta final: a eficácia da camisinha em conter a transmissão do vírus é de 70 a 80%, porque ela não cobre todas as áreas suscetíveis à infecção. Isso, claro, não legitima as desculpas para esquecê-la na hora H. Afinal, esse ainda é o melhor método de prevenção, além da vacina.