O celular do seu filho toca de madrugada? Ele se recusa a viajar para lugares fora da área de cobertura da operadora? As queixas sobre o uso do telefone na escola se repetem? É impossível travar uma conversa com ele sem que o aparelho os interrompa? Se as respostas forem afirmativas, então já passou da hora de negociar alguns limites com o moço ou com a moça. E não apenas em função da conta estratosférica no final do mês: o uso excessivo do celular prejudica, sim, a saúde dos adolescentes.
“A privação do sono é o que pode causar mais estragos”, avisa Maurício de Souza Lima, hebiatra do Instituto da Criança de São Paulo. “Além de distração nas aulas do dia seguinte e mau desempenho nas provas, as noites maldormidas comprometem a produção do hormônio do crescimento (o chamado GH), que é responsável pelo estirão puberal, aquela esticada típica da adolescência”, diz o médico.
Mal sabe a turma do celular que não cumprir de oito a nove horas de sono contribupara alterar a produção de outros hormônios, caso da leptina, um importante regulador da saciedade. Se sua produção cai, o apetite pode aumentar e o menino ou a menina vão engordar com mais facilidade. A partir daí, as consequências de não pregar os olhos só pioram: eleva-se o risco de desenvolvimento de diabete no futuro. A falta de repouso noturno também favorece a hipertensão e o aumento dos níveis de gorduras no sangue, como os triglicérides. Sem contar que enviar mensagens de texto, conversar ou namorar pelo telefone na calada da noite torpedeiam em cheio o sistema de defesa do público teen. “Há uma queda imunológica e a garotada fica mais vulnerável a gripes, resfriados e infecções em geral”, explica Souza Lima.
Como se tudo isso fosse pouco, exageros da portabilidade abalam ainda as emoções. É que o jovem com uma expectativa permanente em torno das chamadas SMS e afins sofre um enorme desgaste psicológico. “Com o tempo, esse estado de alerta constante pode se transformar em crise de ansiedade ou até em depressão”, atenta a psicóloga Patrícia Gimenez, coordenadora do Núcleo Adolescência e Escolha da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. Ela acrescenta: “Às vezes acontece de o hábito de ligar ou mandar torpedos para os amigos virar dependência e, no caso, a situação se equipara ao vício provocado pelo álcool, exigindo apoio profissional”.
Por fim, há o perigo do chamado sexting, um trocadilho com o termo texting, usado para definir a troca de mensagens de texto por celulares. “Se uma menina manda fotos ou vídeos eróticos dela para um namorado e depois isso vaza para a rede, o trauma costuma ser irreparável”, enfatiza Patrícia. E isso, infelizmente, não é tão raro.
É lógico que o uso do aparelho tem seu lado bom. Ele permite, por exemplo, que um jovem apaixonado possa vencer a timidez com mais facilidade, dá segurança aos pais na hora de deixar os filhos saírem à noite e permite que o adolescente se comunique com os adultos sem constrangimentos quando está com os amigos — só para citar alguns aspectos positivos. “Mas é fundamental que a moçada suspenda seu uso durante o período de sono ou de aula, aprenda a discernir os momentos em que deve ou não interromper uma conversa para atender ao telefone e consiga, ao menos de vez em quando, esquivar-se do assédio dos colegas para ter um tempo só seu”, recomenda a psicóloga. Com o aparelho, de preferência, desligado.
“A privação do sono é o que pode causar mais estragos”, avisa Maurício de Souza Lima, hebiatra do Instituto da Criança de São Paulo. “Além de distração nas aulas do dia seguinte e mau desempenho nas provas, as noites maldormidas comprometem a produção do hormônio do crescimento (o chamado GH), que é responsável pelo estirão puberal, aquela esticada típica da adolescência”, diz o médico.
Mal sabe a turma do celular que não cumprir de oito a nove horas de sono contribupara alterar a produção de outros hormônios, caso da leptina, um importante regulador da saciedade. Se sua produção cai, o apetite pode aumentar e o menino ou a menina vão engordar com mais facilidade. A partir daí, as consequências de não pregar os olhos só pioram: eleva-se o risco de desenvolvimento de diabete no futuro. A falta de repouso noturno também favorece a hipertensão e o aumento dos níveis de gorduras no sangue, como os triglicérides. Sem contar que enviar mensagens de texto, conversar ou namorar pelo telefone na calada da noite torpedeiam em cheio o sistema de defesa do público teen. “Há uma queda imunológica e a garotada fica mais vulnerável a gripes, resfriados e infecções em geral”, explica Souza Lima.
Como se tudo isso fosse pouco, exageros da portabilidade abalam ainda as emoções. É que o jovem com uma expectativa permanente em torno das chamadas SMS e afins sofre um enorme desgaste psicológico. “Com o tempo, esse estado de alerta constante pode se transformar em crise de ansiedade ou até em depressão”, atenta a psicóloga Patrícia Gimenez, coordenadora do Núcleo Adolescência e Escolha da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. Ela acrescenta: “Às vezes acontece de o hábito de ligar ou mandar torpedos para os amigos virar dependência e, no caso, a situação se equipara ao vício provocado pelo álcool, exigindo apoio profissional”.
Por fim, há o perigo do chamado sexting, um trocadilho com o termo texting, usado para definir a troca de mensagens de texto por celulares. “Se uma menina manda fotos ou vídeos eróticos dela para um namorado e depois isso vaza para a rede, o trauma costuma ser irreparável”, enfatiza Patrícia. E isso, infelizmente, não é tão raro.
É lógico que o uso do aparelho tem seu lado bom. Ele permite, por exemplo, que um jovem apaixonado possa vencer a timidez com mais facilidade, dá segurança aos pais na hora de deixar os filhos saírem à noite e permite que o adolescente se comunique com os adultos sem constrangimentos quando está com os amigos — só para citar alguns aspectos positivos. “Mas é fundamental que a moçada suspenda seu uso durante o período de sono ou de aula, aprenda a discernir os momentos em que deve ou não interromper uma conversa para atender ao telefone e consiga, ao menos de vez em quando, esquivar-se do assédio dos colegas para ter um tempo só seu”, recomenda a psicóloga. Com o aparelho, de preferência, desligado.