Em seu escritório, o economista, que é também professor das Faculdades Ibmec, em São Paulo, conversou com SAÚDE! sobre a importância de ensinar a criança a esperar ou, ao menos, tentar.
SAÚDE! Qual foi a experiência que o senhor relatou em seu livro e que trata da questão da espera na infância?
Giannetti Na verdade foi uma série de experimentos, realizados sempre nos mesmos moldes pelo psicólogo Walter Mischel, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Ele aplicou testes que nós chamamos de gratificação postergada em crianças de 4 a 12 anos. Imagine o seguinte: um menino de 4 anos é levado a uma sala na companhia de um adulto. Lá, eles fazem um acordo. O adulto deixará o cômodo, mas diz que voltará se a criança tocar um sino e lhe trará, então, o seu chocolate preferido. No entanto, se o garoto suportar a espera e não tocar o sino, o adulto voltará depois de um tempo com duas unidades do doce. Quais as chances de a criança levar o prêmio em dobro? Aos 4 anos de idade, praticamente nenhuma.