A cidade de Campos do Jordão, no interior de São Paulo, sediou o 25º Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Durante os cinco dias do evento, os especialistas discutiram diversos assuntos, mas, sem dúvida, o que mais chamou a atenção foram as novidades ligadas à cosmiatria. São, em resumo, aparelhos recém-chegados ao mercado que combatem com eficácia e menos efeitos colaterais todos aqueles fatores que cansam a beleza de qualquer um, como a gordura localizada, as rugas e a flacidez.
Com tanta promessa de deixar aquela olhadinha no espelho bem agradável, não é de estranhar que muita gente fique sem saber em qual tratamento apostar. Por isso, SAÚDE conversou com médicos tarimbados e listou uma relação das melhores opções para contornar as chateações que mais ameaçam a textura e a firmeza da pele.
Contudo, antes de agendar qualquer consulta, cheque se o profissional em questão é gabaritado para realizar esse tipo de procedimento. “Tenha cuidado com pacotes promocionais e ofertas milagrosas”, alerta Luis Torezan, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e professor de dermatologia da Universidade de São Paulo. “Conferir se o profissional possui registro no Conselho Regional de Medicina é imprescindível. E ele também precisa ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, da Sociedade Brasileira de Dermatologia ou da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”, recomenda.
1 - Aliado contra celulite e gordura localizada
É o SlimLipo, uma espécie de tubinho com uma fonte de laser no seu interior. Primeiro, o médico introduz o aparelho na pele através de um pequeno orifício e faz movimentos para quebrar o tecido fibroso que engloba a gordura e prejudica a circulação — processo que forma os indesejados furinhos. Em seguida, o laser entra em ação. “Ele rompe as células de gordura em si. Isso facilita a absorção dela pelo organismo, que na sequência a eliminará pela urina”, esclarece Aldo Toschi, diretor da SBCD. “Fora isso, o aquecimento estimula as fibras de sustentação da pele”, acrescenta o dermatologista Alexandre Filippo, coordenador do Departamento de Laser da SBD. Esse efeito evita que a região se torne flácida. “Uma sessão já é o suficiente e a técnica é indicada para pequenos volumes de gordura em regiões como as coxas, os culotes e a parte interna dos braços”, explica Toschi.
2 - Flacidez? Radiofrequência nela!
A máquina, já usada há tempos para melhorar o aspecto da pele, está disponível em uma versão mais eficaz. Agora, ela emite uma quantidade maior de disparos por vez, fazendo com que a aplicação demore só 15 minutos. Seu calor é controlado e não agride a superfície da pele, uma vantagem para quem almeja se recuperar rapidamente. “Ele age nas camadas internas do tecido e reorganiza as fibras de colágeno. É isso que deixa a cútis firme”, arremata Patrícia Valentini, dermatologista da SBD e da Clínica Vivid, em São Paulo. Além disso, estimula a circulação sanguínea. O ideal é se submeter a cerca de seis sessões. Como o processo revitaliza a área, também é prescrito para abrandar cicatrizes de acne, rugas, estrias...
3 - Adeus ao excesso de suor
Aqui, o grande avanço consiste em um equipamento que emana micro-ondas magnéticas. “Elas atingem as glândulas sudoríparas, destruindo-as por meio do calor”, afirma a dermatologista Leticia Almeida Silva, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Assim, a transpiração fica sob controle. “A superfície da pele não é prejudicada e os estudos mostram que dá para obter bons resultados com duas sessões”, conta. “O método pode ser feito em qualquer área acometida pelo excesso de suor, como as axilas e a virilha”, acrescenta Filippo.
4 - Para apagar manchas e tatuagens indesejadas
Acaba de ser aprovado pela FDA, a agência que regula o setor de saúde nos Estados Unidos, um laser que remove manchas benignas e tatuagens em picossegundos — o que corresponde à bilionésima parte de um segundo. Estudos já comprovaram sua capacidade de dissolver praticamente 100% das marcas sem deixar cicatrizes ou resquícios brancos, como acontecia com os métodos anteriores. No caso das tatuagens, ele apagou 80% do pigmento, mesmo na presença de tintas azuis e verdes, que costumam ser difíceis de desaparecer. Outro ponto positivo: o laser é focado e, por isso, quase não atinge tecido saudável.
Pneuzinhos congelados
Em suma, o equipamento suga as dobras e, então, as resfria. A terapia, chamada de criolipólise, congela a gordura, que, cristalizada, é quebrada no fígado e finalmente deixa o corpo por meio da urina. Como o processo se dá de maneira gradual, o organismo não seria prejudicado. A região fica dolorida por dias e os resultados mais consistentes serão notados um mês após a aplicação — até 25% da gordura localizada se esvai. Entretanto, alguns questionariam: esse procedimento já não era empregado desde 2012? Sim, é verdade. Porém, uma segunda geração do aparelho acaba de desembarcar nos consultórios com incrementos significativos. Em primeiro lugar, a versão atual envolve uma área 38% maior do que a anterior. Acima disso, é utilizável mesmo em partes arredondadas do corpo, a exemplo dos culotes. E, por fim, permite uma associação com outras tecnologias, como radiofrequência e ultrassom, o que possibilita uma série de tratamentos em uma única visita à clínica. A criolipólise é ideal para quem está perto do peso adequado mas sofre com gorduras localizadas resistentes à dieta a aos exercícios.
Um exame sem marcas
Embora exista faz anos, a microscopia confocal se espalhou só agora por hospitais brasileiros. Com o objetivo de detectar, entre outros males, o câncer de pele, ela traz a vantagem de não ser invasiva. “O teste traça uma avaliação prévia e evita que determinados pacientes passem sem necessidade por uma biópsia, que às vezes deixa cicatrizes”, analisa Francisco Macedo Paschoal, presidente da SBCD e dermatologista da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo.
Fonte: saude.abril.com.br